sábado, 23 de novembro de 2013

Anacrônicos

Hoje deixo de lado as dores repentinas, as frustrações presentes e os amores passados.

Peço licença aos sonhos, aos planos e projetos.

Faço isso para falar dele que me ouve, me cuida e encanta...

Ele que mesmo longe, se faz presente a todo instante!

Não somos amigos de infância, e seu ‘cuidar’ é sem tesão ou pretensão...

Mas quase posso sentir tua mão segurar a minha, naqueles momentos de intensa tensão.

E , enfim, ficam os risos, a leveza e as besteiras quando aqueles se vão!

Compartilhando melodias, divergindo opiniões, debatendo posições e excluindo emoticons!

Assim seguimos. Separados por uma tela, entre um “tá ocupado? Pode conversar?” e outro. Fazendo amizade de tema, driblando a falta da presença e disfarçando a monotonia da distância!

Amigos sem por quê, nem pra quê. Amigos porque assim tem de ser!




Opostos!

Ela é exagerada, impulsiva e dramática.
Ele é centrado e sempre ponderado!

Ela é articulada.
Ele, muitas vezes monossilábico!

Ela é confusão!
Ele é sossego e paz.
Ela se perde em letras.
Ele em números e melodias...

Ela pergunta “pra onde?” “como vai ser”
Ele responde “relaxa”, “vem comigo”, “deixa acontecer”...

Ela pede segurança e certezas.
Ele traz sorrisos e reticências.

Ela é complicada e paranoica...
Ele é “So easy”!

Eles se completam a altura de um clichê qualquer.
Praguejam distâncias, sonham juntos e traçam planos!
São o improvável que deu certo, o romance duvidoso com o futuro incerto.




quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Simplesmente...

Não correspondo aos seus ideais, não venho com rótulo, tampouco manual. E, nem tente: não caibo em sua caixa de condutas perfeitas!

Despi-me, há tempos, dos estereótipos da sociedade. E, preocupações com opiniões alheias já não me servem mais.

Quando choro, soluço. Quando rio, gargalho.

 Desse jeito, pois meio termos não são meu forte...

Ainda fazendo de meus sorrisos, escudos... Aceno aos desafetos, driblo impasses, dispenso dramas.

Venho tentando diariamente a tal da tolerância. Quanto às paranoias, me falta prática, confesso!

Falho a cada tentativa de ocultar ciúmes. Não sei lidar com perdas. E saudade me dói fisicamente.

Quando tenho dores, escrevo amores. Leio amores pra afastar os desenganos...
Faço graças pra acobertar lágrimas! Quando a tristeza insiste, espanto.

E nesse Universo de incertezas e paradoxos, eu não sou o que você sonhou, mas sigo sendo o que você precisa!


                           

domingo, 10 de novembro de 2013

Ele


Ele não era igual...

Ele ouvia seus dramas, entendia suas neuras e partilhava suas loucuras. 

Sorria com suas inseguranças, debochava de suas imparcialidades, apontava suas falhas de uma forma única, e lhe convencia com toda sua segurança.

Te fazia rir, como nenhum outro. Questionava, e você não se cansava. Irritava, e você não desencantava!

Ele não era igual...

Ele tinha aquela fórmula meio rara: mesclava inteligência, bom-humor, certa suavidade e ainda era sexy!
E como era...

Um jeito torto e ogro, mas escondia um sorriso doce...

Ele te desestruturou. Te tirou de si. Levou suas certezas e deixou um alguém até então desconhecido.

Te disseram pra ignorar, largar pra lá, dar um “gelo”. Mas, esqueceram que esse jogo você não sabe jogar!

Ele era, sim, o cara certo... Mas você era a garota errada!

As fantasias foram suas. Logo, cabe a você desativá-las.

Ele não tem culpa, não fez nada, apenas era...

Era. Já foi! Mas vai demorar...

Ele não era igual, até passar a ser!




sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Sonhos


Fecho os olhos e procuro um mundo que só existe em mim.

Enfeitando as falhas de meus planos e ignorando previsões,
deixo ecoar a falta que você me faz!

A realidade já não acompanha o desejo. O tempo é incompatível à distância.

Cada letra é sobre você, e assim seguimos nesse eterno clichê.

A sensatez traz a melancolia, e, por isso, a troco por qualquer fantasia!

Certezas me tiram a paz. O óbvio me desfaz.

Melodias refletem sorrisos.

Sorrisos prévios.  Sorrisos tontos.


E vou assim me recompondo!



terça-feira, 5 de novembro de 2013

Fantasmas

Tínhamos mania de sermos um. 

Um amontoado de clichês: completando frases, partilhando músicas, sonhando junto, buscando o mesmo.

O sorriso no portão, a troca de olhares das varandas, a tímida aproximação...
Madrugadas de infinitas conversas e, enfim, aquele beijo.
Anos de sorrisos, abraços e cumplicidade...

Numa tentativa ingênua de um “felizes para sempre”, aos poucos, meio sem perceber, fomos saindo um do outro...

O seu lado da cama, a minha manete do vídeo-game, suas gavetas, minhas prateleiras...
Suas inseguranças, meus dramas, seu destempero, minha intolerância...
Sua indiferença e o meu desapego!

Uma decisão, uma dor, um fim.
Ficou todo um projeto de vida, veio a esperança do recomeço.

E depois do medo de seguir sozinha, dos retornos constantes, dos desgastes intensos... A certeza de não tê-lo mais em mim. E com ela, a volta de um sorriso ímpar:

O meu! 




Sussurros...

Entre sorrisos, sussurros, suspiros...
Sua voz acalma, desconserta e acalenta!
Me prende, hipnotiza e surpreende... 
Mão esfria, a boca seca, e o corpo estremece!
Algo me consome só de ouvir teu nome.

Já não me cabe mais pudores,
já não faço sentido!
Palavras desconexas preenchem o vazio.

Me rendo, entrego-me, em fim sua.
Não há mais promessas, nada mais importa...
O mundo para, no instante em que a gente goza!




Nua e crua

Você pode me abraçar, me proteger, me cuidar... Mas tenha cuidado pra não me sufocar!

Preciso de carinho tanto quanto de espaço. 
Em alguns momentos vou chorar por nada e não me importar com muito. Entenda!

Quando eu chorar, me abrace, me mime, dê-me chocolate, cante uma música e não me deixe nem
por um segundo...

Quando eu me irritar, se afaste. Espere. E só depois volte.

Não insista quando eu me calar. Nunca! Uma hora eu falo... Ou simplesmente esqueço.

Eu vou ser grossa algumas vezes, mas isso não interfere no que sinto e penso. Dê-me uma bronca e eu conserto o estrago!

Goste dos meus amigos. Goste muito! E compreenda a relação que tenho com cada um deles.

Guarde seus preconceitos quando estiver comigo, não deixe que eu os perceba.

Não concorde sempre comigo. Discuta, debata, argumente, convença-me! Poucas coisas me agradam tanto...

Me mostre coisas novas: pessoas, lugares, livros, músicas...

Quando eu conseguir dormir, não me acorde. A não ser que tenha um bom motivo!

Eu vou sempre me preocupar mais com seus problemas do que com os meus. Vou sempre querer encontrar algum meio de ajudar, e cabe a você me frear.

Entenda que eu jogo vídeo-game, assisto futebol e tomo cerveja. Tenho enfeites de Hello Kitty, pijamas e meias com temáticas infantis e “morro” com emoticons novos. Não dispenso maquiagem, roupa nova, sapato e bolsa. Sim, não sou nem nunca vou ser uma só!

Posso ser muito fácil de lidar... E para isso, você não precisa me entender, basta me aceitar! 




Desencanto!

As noites têm sido frias, longas e silenciosas. O que me falta em sono, transborda em pensamentos.

Não é segredo o quão ‘superlativa’ sou. Mas confusões emocionais não são positivas, tampouco me refletem.

Tenho visto minha praticidade escorrer pelas mãos. Segurança e autoestima dão lugar ao medo e á certa timidez, até então escondida.

Um novo amigo me desconserta. Um velho, desconhece!

O passado insiste em se fazer presente, mas tornou-se um infeliz figurante. O desconhecido, cada dia mais intrigante!

Atitudes anulam encantos. O desencanto se faz de forma nauseante!
O tempo vem deixando lacunas que já não são fáceis preencher.

A noite traz o que falta de sentido no dia... Leva certezas e serenidade. Deixa dúvidas, e uma inquietação sufocante!

Pergunto-me se a escrita deixa tudo perceptível, ou se são apenas sílabas soltas, numa exposição 'frustrantemente' poética!

Se há tanto em mim, tem que haver ainda mais para quem recebe. Ou não valerá o que promete!
Busco motivos, mesmo sabendo que o melhor da vida é não tê-los.

Para quem nunca acreditou em Contos de Fadas, e sempre considerou inverossímil um “felizes para sempre”, tenho me surpreendido com desejos e fantasias habitados em mim.

A velha razão parte, aos poucos, conceitos certa vez consolidados. Desconstrói certezas utópicas, deixando em seu lugar um infinito de novos prismas.

A instabilidade favorece os sonhos, e a madrugada, os delírios! 




Um cheiro, um Dengo

Encobrindo pecados, disfarçando desilusões, vou perdendo-me em desculpas para te querer.

Pode ser apenas fragilidade de uma quinta fria e cinzenta, ou até mesmo insensatez.

Mas não é o que toda essa sensibilidade desnecessária me leva a crer...

Enquanto insisto que suas peças são o encaixe perfeito em meu mosaico, você segue virando-o ao avesso.

Barrando investidas, driblando dramas, misturando tons.

Um infinito de melodias embalando os dias...

Certezas incômodas de diferenças gritantes... Mas pouco me importa.

Aquele sorriso que tanto gosta, é por você e nem percebe!

Desarme-se, permita-se e vem...
O imediato pode ser por demais confuso, o infinito utópico, mas são os meios que te esperam! 




Princesa do Avesso

Querido Príncipe Encantado,

Faz tempo que me disseram que você viria. Minha teimosia e mania de contrariar, me fizeram desacreditar.

A ideia de esperá-lo nunca me coube bem. 
E nessa “não-espera”, fui esbarrando com sapos, e fazendo deles, príncipes.
Nunca um cavalo branco, tampouco espadas e escudos. Sem campos floridos e pássaros. Entre uma troca de olhar no bar da esquina e um esbarrão numa avenida qualquer, fui traçando com perfeição minha bagunça emocional!

Aquela linha tênue entre o querer e o fazer, que não funciona tão bem fora da “caixa”.

Pois bem, Seu Príncipe, a diversão perdeu a graça, a espera fez-se presente, e hoje escrevo para avisá-lo que venha logo.

Não se esqueça de que acordo de mau-humor, só funciono depois do meio-dia, não durmo a noite, trabalho muito, e amo esse trabalho com a mesma intensidade que reclamo dele. Sim, sou um conjunto de paradoxos e ambiguidades.

Leio Fernando Pessoa, discuto Platão, parafraseio Nietzsche e me “sacudo” ao som de Quadradinho de 8.

Gosto de pessoas, de discussões de mesa de bar, da mesma forma que preciso ficar sozinha, na única companhia do meu computador.

Mas você vai entender, já que é o Príncipe Encantado...

Também não esquece que não gosto de flores, que as troco por cactos... Que uma cerveja no boteco da esquina pode ser melhor recebido que um jantar naquele restaurante caro.

E que eu vou achar que você morreu de uma bala perdida cada vez que não responder alguma mensagem, e que provavelmente vou esquecer-me de datas importantes e comemorativas. Você terá de me lembrar antes, e você o fará, afinal, você é “aquele cara”.

Sou mimada, faço bico e bato pé. Levo uma discussão até o fim e admiro aqueles que me convencem...

Se gritar, vou chorar e possivelmente irei embora. Na falta do que dizer, um abraço é suficiente. Nada melhor que um sorriso pra me dobrar...

Mas, você já sabe de tudo isso, afinal, você não é só mais um...

Então, venha!
Um beijo,
Aquela! 




Tudo novo de novo...

Pra que serve um Blog?

Em tempos em que ninguém lê, que tudo já vem pronto e entregue em imagens, vídeos e afins... Arrisco dizer que não serve pra muita coisa não.

Em tempos de Tumblr, mensagens de 140 caracteres e páginas infinitas "da depressão", talvez um blog sirva mesmo só pra quem o escreve.

Um canto ou recanto para guardar o que borbulha na mente e vem ao papel. Um lugar sem a pretensão de ser visto, lido, sequer compartilhado...

Um refúgio.

E assim, começo mais um...